China lança novo observatório solar

A China colocou em órbita com sucesso o observatório solar Kuafu-1, com o lançamento a ter lugar às 2343UTC do dia 8 de Outubro de 2022.

O lançamento foi realizado pelo foguetão Chang Zheng-2D (Y55) a partir do Complexo de Lançamento LC43/94 do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, Mongólia Interior. O satélite irá operar numa órbita sincronizada com o Sol a uma altitude de 720 km e inclinação orbital de 98,2.º.

Também designado ASO-S (Advanced Space-based Observatory – Solar), o Kuafu-1 será utilizado para a realização de estudos no campo da Física Solar, explorando a ligação entre o campo magnético solar, as explosões solares e as ejecções de massa coronais. O satélite foi aprovado em Junho de 2017 e terá uma missão de quatro anos.

Com uma massa de 888 kg, o satélite transporta três instrumentos a bordo: o Full-disk solar vector MagnetoGraph (FMG), o Lyman-alpha Solar Telescope (LST) e o Hard X-ray Imager (HXI). Estes instrumentos irão medir o campo magnético solar, observar as ejecções d emassa coronais e as explosões solares. Esta combinação de instrumentos permite uma observação simultânea do vector do campo magnético do Sol, a realização de observações espectroscópicas a elevadas energias das explosões solares, observar a formação e evolução das explosões solares e das ejecções de massa coronais no disco e na corona solar interior. A missão não só irá ajudar a avançar a nossa compreensão dos processos físicos das erupções solares, como também auxiliar a melhorar as previsões do tempo espacial.

O instrumento FMG (desenvolvido pelo Instituto Xi’an de Óptica e Mecânica de Precisão) medirá os campos magnéticos da fotosfera em todo o disco solar. É composto por um sistema de observação óptica, um sistema de polarização óptica e um sistema de aquisição e processamento de imagens. O telescópio te um desenho óptico telecentrico com uma abertura de 140 mm e o detector é uma câmara CMOS com um conjunto 4k por 4k e 16 fps.

O telescópio LST (desenvolvido pelo Instituto Changchun de Óptica, Mecânica de Precisão e Física) é composto por um sistema de observação Solar Disk Imager (SDI) com uma abertura de 60 mm, um sistema Solar Corona Imager (SCI) também com uma abertura de 60 mm, um telescópio White-light Solar Telescope (WST) com uma abertura de 130mm, e dois telescópios de orienteção ‘Guide Telescopes’ (GTs).

O SDI irá observar o Sol desde o centro do disco solar até uma distância de 1,2  raios solares no comprimento de onde Lyman–alpha (121,6±4,5 nm) com uma cadência de 4 – 40 s. O SDI usa uma câmara de 4.608 por 4.608 como detector para garantir uma resolução de 1,2″. Foi adoptado um sistema de estabilização de imagem piezoeléctrico tanto para o SDI como para o SCI para garantir uma alta resolução espacial.

O HXI (desenvolvido pelo Observatório Astronómico de Zijinshan) tem por objectivo observar as explosões solares em raios-X entre ~30-200 keV com uma resolução angular de 3,2 segundos de arco, um campo de visão de 40 minutos de arco, resolução energética (24% @ 32 keV), elevada cadência temporal de 0,125 s. O HXI adopta um princípio similar utilizado no Hard X-ray Telescope (HXT) a bordo do satélite japonês Yohkoh e o Spectrometer Telescope for Imaging X-rays (STIX) usado na missão Solar Orbiter, i.e., utilizando uma técnica de observação indirecta através de modulação espacial. Esta técnica é diferente da utilizada no Reuven Ramaty High Energy Solar Spectroscopic Imager (RHESSI) que observa o Sol através de uma técnica de observação indirecta via modulação rotacional.

O foguetão CZ-2D Chang Zheng-2D

CZ-2DO foguetão lançador chinês Chang Zheng-2D (长征二号丁火箭), fabricado pela Academia de Tecnologia Espacial de Xangai, é um veículo a dois estágios destinado a colocar satélites em órbitas terrestres baixas. O seu primeiro estágio é semelhante ao do foguetão lançador Chang Zheng-4, bem como o seu segundo estágio exceptuando uma secção de equipamento melhorada em relação ao CZ-4.

O Chang Zheng-2D tem a capacidade de colocar uma carga de 3.500 kg numa órbita a uma altitude de 200 km com uma inclinação de 28,0.º em relação ao equador terrestre ou uma carga de 1.300 kg para uma órbita sincronizada com o Sol a uma altitude de 645 km. No lançamento desenvolve 2.961,6 kN, tendo uma massa total de 232.250 kg, um comprimento de 41,056 metros e um diâmetro de 3,35 metros.

O CZ-2D é principalmente lançado desde o Complexo de Lançamento LC-43 do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan (áreas LA-2B ‘138’, que se encontra desactivada, e LC43/94), mas pode também ser lançado desde Xichang e Taiyuan.

O primeiro lançamento do CZ-2D teve lugar a 9 de Agosto de 1992 (0800UTC) quando o veículo Y1 colocou em órbita o satélite recuperável FSW-2 (1) (22072 1992-051A).

O Chang Zheng-2D pode utilizar dois tipos de carenagens de protecção distintas dependendo do tipo de carga a colocar em órbita. A carenagem Tipo A tem um diâmetro de 2,90 metros (com esta carenagem o lançador tem um comprimento total de 37,728 metros) e a carenagem Tipo B tem um diâmetro de 3,35 metros (comprimento total de 41,056 metros). CZ-2D_2014-08

CZ-2D_2014-09

O CZ-2D pode utilizar o estágio superior Yuanzheng-3. O YZ-3 pode ser reactivado em órbita mais de 20 vezes e operar por mais de 48 horas. É equivalente aos principais estágios superiores em todo o mundo em termos de desempenho, tais como capacidade de reactivação, tempo de operação orbital, sistema de controlo digital independente, e comportamento adaptável a diferentes funções.

O estágio superior Yuanzheng-3 foi desenvolvido para cumprir as demandas urgentes de veículos lançadores originadas pelo aumento do crescimento de pequenos satélites, constelações de satélites, plataformas de propulsão eléctrica, etc.

O YZ-3 pode também ser utilizado no foguetão Chang Zheng-4B.

Lançamento Veículo Local Lançamento Data Hora (UTC) Carga
2021-101 Y63 Xichang, LC3 06/Nov/21 03:00 Yaogan-35A

Yaogan-35B

Yaogan-35C

2021-134 Y41 Jiuquan, LC43/94 29/Dez/21 11:13 Tianhui-4
2022-004 Y70 Taiyuan, LC9 17/Jan/22 02:35 Shiyan-13
2022-048 Y79 Taiyuan, LC9 05/Mai/22 02:38 Jilin-1 Kuanfu-01C

Jilin-1 Gaofen-03D 27

Jilin-1 Gaofen-03D 28

Jilin-1 Gaofen-03D 29

Jilin-1 Gaofen-03D 30

Jilin-1 Gaofen-03D 31

Jilin-1 Gaofen-03D 32

Jilin-1 Gaofen-03D 33

2022-068 Y64 Xichang, LC3 23/Jun/22 02:22 Yaogan-35 Grupo-02A

Yaogan-35 Grupo-02B

Yaogan-35 Grupo-02C

2022-088 Y65 Xichang, LC3 29/Jul/22 13:28 Yaogan-35 Grupo-03A

Yaogan-35 Grupo-03B

Yaogan-35 Grupo-03C

2022-100 Y66 Xichang, LC3 19/Ago/22 17:37 Yaogan-35 Grupo-04A

Yaogan-35 Grupo-04B

Yaogan-35 Grupo-04C

2022-109 Y67 Xichang, LC3 06/Set/22 04:19 Yaogan-35 Grupo-05A

Yaogan-35 Grupo-05B

Yaogan-35 Grupo-05C

2022-120 Y68 Xichang, LC3 26/Set/22 13:38 Yaogan-36 Grupo-01A

Yaogan-36 Grupo-01B

Yaogan-36 Grupo-01C

2022-129 Y55 Jiuquan, LC43/94 08/Out/22 23:43 Kuafu-1 (ASO-S)

O Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan

Criado em 1960, no alvorecer da Era Espacial, o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan (酒泉卫星发射中心 – Jiǔquán Wèixīng Fāshè Zhōngxīn) está localizado no noroeste da China, a cerca de 150 km a Sul da fronteira entre a China e a Mongólia.

O centro foi construído para apoiar o teste de mísseis balísticos da China e em Abril de 1970, um míssil balístico de alcance intermediário modificado lançado a partir de Jiuquan colocou em órbita o primeiro satélite artificial da China, o Dongfanghong-1. Desde então, Jiuquan tem sido usado para lançamentos orbitais da China para a órbita terrestre baixa, principalmente para satélites de observação da Terra e de reconhecimento militar.

O centro consiste numa série de plataformas de lançamento na Mongólia Interior e várias zonas de impacto alvo nas províncias vizinhas de Gansu e Xinjiang, cobrindo uma área total de 2.800 km2. A área de lançamentos, localizada no Condado de Ejin-Banner, parte da Liga de Alashan da Região Autónoma da Mongólia Interior, inclui uma base residencial principal (Zona 10), vários complexos de lançamento, áreas técnicas e instalações de instrumentação espalhadas por de 50 km ao longo do rio Ruoshui, na borda ocidental do deserto de Badain Jaran. A região tem um clima tipicamente interior, principalmente seco e ensolarado, mas frio no Inverno, com uma temperatura média anual de 8,7 ° C. Existem cerca de 260 a 300 dias por ano adequados para actividades de lançamento espacial.

Durante a Guerra Fria, a Base 20 foi identificada pelos serviços secretos Ocidentais como o “Centro Espacial e de Testes de Mísseis Shuang Cheng Tzu”. Nos anos 80, o centro foi parcialmente desclassificado e abriu sua porta para visitantes estrangeiros. Como resultado, tornou-se oficialmente conhecido como o Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, em homenagem a uma pequena cidade a 200 km de distância, na vizinha Província de Gansu. Isto, e tal como aconteceu com Baikonur, causou alguma confusão, já que o centro de lançamento não está realmente situado dentro da jurisdição da cidade de Jiuquan. É possível que esse engano tenha sido uma tentativa deliberada de disfarçar sua verdadeira localização. O centro continua a ser uma instalação militar, conhecida como a 20.ª Base de Testes e Treino na sua designação militar.

O centro de lançamento operou um único local de lançamento conhecido como “Complexo de Lançamento 3” até 1966, quando o novo “Complexo de Lançamento 2” (Zona de Lançamentos Norte) ficou operacional. O local de lançamento tornou-se o principal centro de lançamento de mísseis e espaciais da China desde o início dos anos 70, tendo levado a cabo uma série de testes de mísseis balísticos intercontinentais e actividades de lançamento de satélites. Este local de lançamento foi desactivado em 1996 após 30 anos de serviço e três anos depois, um novo local de lançamento (Zona de Lançamentos Sul) foi comissionado em 1999 para apoiar os lançamentos dos veículos tripulados Shenzhou. Uma segunda plataforma de lançamento para missões de lançamento de satélites não tripulados foi adicionada em 2003. Mais instalações de lançamento para lançadores de combustível sólido foram adicionadas por volta de 2012.

O Complexo de Lançamento 3 (三号 发射 阵地) foi a primeira instalação de lançamento permanente em Jiuquan. O complexo de lançamento consistia em duas plataformas de lançamento de betão armado, com uma escala no solo para medir a quantidade de propulsor adicionado ao míssil. Não havia torre umbilical nas plataformas de lançamento. Os mísseis eram transportados para a sua posição de lançamento em veículos rebocados por camiões, que também servia como suporte de lançamento. O complexo de lançamento tornou-se operacional em 1960 para apoiar o teste de mísseis balísticos de curto e médio alcance, e foi desactivado no final dos anos 1960.

A Zona de Lançamentos Norte, também conhecida como Complexo de Lançamento 2 (二号发射 阵地), foi construída na década de 1960 para apoiar o teste de mísseis balísticos de alcance intermédio a intercontinental e lançamento de satélites. O complexo de lançamento consistia em duas plataformas de lançamento (“5020” e “138”), uma torre de serviço móvel e uma sala de controlo subterrânea. O processamento de veículos e a sua verificação eram levados a cabo na área técnica norte (Zona 7) localizada a 22 quilómetros a Sul do complexo de lançamento. O local de lançamento foi desactivado em 1996 e desde então tornou-se uma atracção turística.

A Plataforma de Lançamento 5020 (também designada LC2A) foi activada em Dezembro de 1966 para ser utilizada pelo míssil balístico de alcance intermédio DF-4 Dongfeng-4 e pelo foguetão CZ-1 Chang Zheng-1. A plataforma tem uma torre umbilical fixa com seis pares de braços oscilantes, que serviram como plataformas operacionais para permitir o acesso ao veículo lançador, e também forneciam energia, gases e propelentes para o veículo e para a carga útil. Os braços oscilantes eram recolhidos segundos antes do lançamento. O lançador era montado numa mesa de lançamento de aço, abaixo da qual existia buraco de terra arredondado que levava ao deflector de chamas de cimento armado. Durante o lançamento, a exaustão  dos gases do veículo de lançamento era conduzida para o deflector que se encontrava cheio de água e era direccionada para longe do veículo para o ar livre. O primeiro lançamento desta plataforma foi realizado a 26 de Dezembro de 1966 e o ​​último lançamento em 21 de Maio de 1980.

A Plataforma de Lançamento 138 (LC2B) foi adicionada ao Complexo e Lançamento 2 em 1970 para suportar os veículos de lançamento mais pesados ​​DF-5 Dongfang-5, CZ-2C Chang Zheng-2C e CZ-2D Chang Zheng-2. A torre umbilical tinha 45 metros de altura e 7,8 metros de largura. A torre era equipada com um elevador com capacidade de carga de 1 tonelada e possuía 5 andares de plataformas rotativas, além de 2 andares de plataformas móveis que permitiam o acesso ao lançador. Estava equipada com um sistema de verificação do lançador semiautomático e um sistema de abastecimento de propelente totalmente automatizado. O primeiro lançamento desta plataforma foi realizado a 10 de Setembro de 1971 e o último lançamento em 20 de Outubro de 1996.

A torre de serviço móvel fornece uma plataforma operacional para montagem de foguetões e integração dos satélites. O corpo da torre é uma estrutura de aço de 11 andares com 55,23 metros de altura, 30,52 metros de comprimento e 20,9 metros de largura. A torre está equipada com uma ponte rolante com capacidade de elevação de 15 toneladas no gancho primário e 5 toneladas no gancho secundário. Existiam dois elevadores com capacidade de elevação de 500 kg nos dois lados da torre. Existiam seis andares na plataforma operacional no corpo da torre. O processamento de satélites era feito numa “sala limpa” localizada de 29 metros a 42 metros dentro do corpo da torre.

O centro de controle de lançamento subterrâneo era responsável por monitorizar e controlar remotamente a montagem do veículo de lançamento e dos satélites, coordenando as comunicações entre o complexo de lançamento e a área técnica, a previsão do tempo e a assistência médica. Consistia numa sala de tiro, três salas de teste de satélites e duas salas de teste de veículos lançadores, apoiadas por fonte de alimentação, sistema de ar condicionado e sistema de comunicação.

O Centro Técnico Norte (Zona 7), localizado a 22 quilómetros a Sul do local de lançamento, era a área de lançamento e processamento de foguetes e satélites. Os veículos lançadores e satélites eram transportados a partir dos seus locais de fabrico para o centro técnico via caminho-de-ferro. Depois de concluído o processamento inicial, os diferentes estágios dos lançadores eram transportadas em reboques rebocados por camião até à plataforma de lançamento, onde eram içadas para a posição na plataforma de lançamento, verificados e abastecidas.

A estrutura central do centro técnico era o complexo de processamento de veículos de lançamento e de cargas espaciais. O edifício consistia numa sala de processamento de 90 x 8 metros para preparação dos foguetões e satélites e uma sala de processamento de 24 x 8 metros para abastecimento de satélites. Havia também uma sala limpa para testes dos satélites. Os estágios dos lançadores e os satélites eram transportados para o edifício através de uma linha férrea dedicada. Um segundo edifício no centro era o Edifício de Verificação e Processamento de Motores de Propulsão Sólida, onde os motores de prepolente sólido nos satélites eram preparados.

A Zona de Lançamentos Sul é actualmente o único complexo de lançamento activo em Jiuquan. É composto por duas plataformas de lançamento (“921” e “603”) no Complexo de Lançamento LC43 e um centro técnico para processamento e verificação.

A Plataforma de Lançamento 91 (SLS-1), também conhecida como “Plataforma Shenzhou”, ou Plataforma 921, (Longitude: 100 ° 17.4’E; Latitude: 40 ° 57.4’N; Elevação acima do nível do mar: 1.073 m) é a principal plataforma de lançamento. A plataforma de lançamento é dedicada ao lançamento das missões do programa espacial tripulado utilizando o veículo de lançamento CZ-2F Chang Zheng-2F. As instalações da plataforma de lançamento incluem uma torre umbilical, uma plataforma de lançamento móvel, um par de condutas de chamas, uma sala de equipamentos subterrâneos, armazéns de propulsores e oxidantes, sistema de abastecimento de foguetes, fonte de alimentação, fornecimento de gás e sistema de comunicação.

A torre umbilical é uma estrutura de aço com 11 andares e 75 metros de altura, projectada para fornecer a carga de propelente e drenagem, gás, energia e ligações de comunicação para o veículo lançador e para a sua carga. Na torre existem instalações para verificações antes do lançamento, entrada da tripulação e saída de emergência. A torre está equipada com um guindaste de carga, um elevador de carga e um elevador à prova de explosão para a tripulação em caso de emergência. Em caso de emergência, um sistema de escape de lona está disponível para os astronautas saírem da plataforma de lançamento. A fonte de alimentação e outros equipamentos de suporte estão localizados dentro de uma sala subterrânea por debaixo da torre umbilical.

A torre umbilical é composta por uma estrutura fixa e um par de plataformas giratórias de seis andares. Uma vez chegado à plataforma de lançamento, as plataformas giratórias são deslocadas para “abraçar” o foguetão e assim permitir que os procedimentos de abastecimento e verificações finais sejam conduzidas. A torre também contém uma área ambientalmente controlada e protegida para os astronautas entrarem na cápsula espacial. As plataformas rotativas são abertas uma hora antes do lançamento. Quatro braços oscilantes fornecem conexões para electricidade, gases e fluidos ao lançador e são recolhidos alguns minutos antes do lançamento.

Durante o lançamento, as chamas e a exaustão de alta temperatura dos motores do foguetão são direccionadas para a vala de chamas de betão armado através de um grande buraco redondo sob a plataforma de lançamento móvel. As chamas e gases são então desviados do veículo de lançamento através de dois canais de chama rectangulares localizados em ambos os lados da plataforma de lançamento.

A plataforma de lançamento móvel transporta o foguetão desde o edifício de integração e montagem de veículos situado na área técnica até a torre umbilical. A plataforma tem 24,4 metros de comprimento, 21,7 metros de largura e 8,34 metros de altura, e pesa 750 t. Move-se em carris de 20 metros de largura a uma velocidade máxima de 25 m/min, com uma taxa de aceleração inferior a 0,2 m/s. A plataforma demora 60 minutos para completar a viagem de 1.500 metros entre o edifício de montagem e a plataforma de lançamento.

A Plataforma de Lançamento 94 (SLS-2), também conhecido como “Plataforma Jianbing” (ou Plataforma 603), foi comissionada em 2003 para suportar lançamentos de satélites não tripulados para a órbita terrestre baixa usando os veículos de lançamento CZ-2C, CZ-2D e CZ-4B Chang Zheng-4B. As instalações da plataforma incluem uma torre umbilical de betão armado e um único canal de chamas. A plataforma adoptou um método de lançamento tradicional, onde o veículo de lançamento é montado verticalmente usando um guindaste para içar cada estágio. O veículo de lançamento é verificado na vertical, abastecido e, posteriormente, lançado.

As instalações de apoio da Zona de Lançamentos Sul, colectivamente conhecidas como Centro Técnico Sul, incluem o Edifício de Processamento Horizontal de Veículos de Lançamento (BL1), o Edifício de Montagem Vertical de Veículos de Lançamento (BLS), o Edifício de Operações Não Perigosas (BS2), o Edifício de Operações Perigosas de Veículos Tripulados (BS3) , Edifício de Verificação e Processamento de Motores de Propelente Sólido (BM), o Edifício de Processamento e Armazenamento de Pirotecnia (BP1, BP2) e o Centro de Controle de Lançamento (LCC). A instalação foi projectada para receber o foguetão lançador e a sua carga útil para montagem e testes, antes de serem movidos para a plataforma de lançamento.

Para uma missão dos veículos tripulados Shenzhou, a campanha de lançamento geralmente começa aproximadamente dois meses antes do lançamento. O veículo de lançamento CZ-2F é transportado em segmentos separados desde as Instalações 211 em Pequim até o Centro Técnico Sul via caminho-de-ferro. Após a sua chegada, o veículo é mantido no Edifício de Processamento Horizontal do Veículo de Lançamento para testes iniciais e preparação. O núcleo do veículo e os propulsores laterais são então montados dentro do BLS (o Edifício de Montagem Vertical).

A cápsula Shenzhou é transportada de Pequim para a Base Aérea de Dingxin por um avião de carga, e depois transportada por estrada até o local de lançamento, a 76 km de distância. A cápsula espacial é então integrada e testada no Edifício de Operação Não Perigosa de Naves Espaciais (BS2) e, em seguida, movida para o Edifício de Operação Perigosa de Veículos Tripulados (BS3) para abastecimento de combustível. O próximo passo é integrar a cápsula com a carenagem de carga e instalar a torre de escape emergência. A cápsula é então transportada para o BLS, onde é integrada no seu foguetão.

O edifício de integração vertical, oficialmente conhecido como o Edifício de Montagem Vertical do Veículo de Lançamento (BLS) serve como uma plataforma para a integração e montagem dos lançadores e da sua carga útil. O edifício é composto por duas salas de processamento vertical de 26,8 x 28 x 81,6 metros, cada uma equipada com uma plataforma móvel de 13 andares e uma grua de carga de 50 t. As duas salas permitem o processamento simultâneo de dois veículos lançadores. Na época da construção, dizia-se ser o edifício de betão armado de piso único mais alto do mundo, com o tecto de betão armado mais alto do mundo (86,1 metros acima do solo) e mais pesado (13.000 t).

O Centro de Controle de Lançamento (LCC) localizado ao lado do BLS monitoriza e coordena a campanha de lançamento. O centro é dividido em quatro salas funcionais: a Sala de Controle do Veículo de Lançamento, a Sala de Controle da Cápsula Espacial, a Sala de Comando de Exame e Lançamento e o Centro de Comunicações.

Lançamento Veículo Missão Plataforma Data Hora (UTC) Carga
2022-060 Chang Zheng-2F/G (Y14) 01-?

LC43/91

05/Jun/22 02:44:10,460 Shenzhou-14
2022-066 Kuaizhou-1A 01-?

LC43/95A

22/Jun/22 02:08 Tianxing-1
2022-069 Chang Zheng-4C (Y41) 01-?

LC43/94

27/Jun/22 15:46 Gaofen-12 (03)
2022-087 Lijian-1 (Y1) 01-?

LC43/130

27/Jul/22 04:12 Kongjian Xinjishu Shiyan ‘SATech-01’

Guidao Daqimidu Tance Shiyan

Diguidao Liangzi Mishifenfa Shiyan

Dianci Zuzhuang Shiyan A

Dianci Zuzhuang Shiyan B

Huawan-Nanyue Kexue

2022-093 Chang Zheng-2F/T4 01-?

LC43/91

04/Ago/22 ? Chongfu Shiyong Shiyan Hangtian Qi
2022-095 Gushenxing-1 (Y3) 01-?

LC43/95A

09/Ago/22 04:11 Taijing-1 01 (Ping-An 3)

Taijing-1 02 (Xingshidai-12)

Donghai-1

2022-106 Chang Zheng-4C (Y52) 01-?

LC43/94

02/Set/22 23:44 Yaogan-33 02
2022-108 Kuaizhou-1A (Y?) 01-?

LC43/95B

06/Set/22 02:24 Weili Kongjian-S3 (Xiangrikui-3 ‘CentiSpace-1 S3’)

Weili Kongjian-S4 (Xiangrikui-4 ‘CentiSpace-1 S4’)

2022-115 Chang Zheng-2D (Y72) 01-?

LC43/94

21/Set/22 23:13 Yunhai-1 (03)
2022-129 Chang Zheng-2D (Y55) 01-?

LC43/94

08/Out/22 23:43 Kuafu-1 (ASO-S)

Imagens: Internet Chinesa e arquivo fotográfico do autor (quando não assinaladas)